segunda-feira, 28 de março de 2011

Viver

Viver e deixar-se viver.

Um dia de cada vez, um passo depois do outro. Viver a vida e deixar a vida nos viver. Respirar o ar puro e fresco da manhã com apenas uma certeza: hoje será melhor do que ontem! Pois a maior dádiva de todas, continua conosco: a vida.
A cada novo dia nos é dado o prazer de vivê-lo intensamente. Temos 24h pela frente pra decidir nosso futuro. 24h para sorrir, chorar, brigar, reclamar, agradecer, esquecer. 24h para sermos felizes, independente do amanhã. Porque amanhã é outro dia!
Amanhã pode não chegar. Amanhã posso não acordar. Amanhã é um mistério. Um segredo. O único segredo da vida. O que nos aguarda amanhã? O que acontecerá, como seremos, e o que teremos no próximo dia? Que tememos na mesma intensidade no qual o desejamos. Hoje eu estou aqui. E amanhã?

Se amanhã você não acordar, terá se arrependido de não ter feito algo hoje? Se os seus olhos caírem no breu, existe algo que gostaria de ter visto antes? E se as suas pernas não demonstrassem vida, se soubesse que isso aconteceria amanhã, teria corrido livremente pela última vez?
Já imaginei o quão simples seria se o futuro não fosse um mistério. Se a cada pessoa que fizesse parte de nossa vida, pudéssemos visualizar toda história que construiria com a mesma. Iria ou não valer a pena cada palavra, esforço. Se o sofrimento ou a alegria a acompanhasse, caso nos juntássemos a ela. Evitaríamos nos machucar, distanciaríamos a ilusão e a frustração. Mas e quanto ao que aprenderíamos?
Não aprendemos somente com o certo. Não nos divertimos apenas com o glorioso. Para todo choque existe o susto e a atenção posterior. Para todo tombo, aprendemos a ser cautelosos. Cair de vez em quando é inevitável. Somos corpos soltos no mundo, estamos sujeitos a lei da gravidade.

Pecar pela tentativa é melhor que evitar a maça com medo de estar envenenada. Tentar. Tentar e não deixarem o medo e a dúvida nos invadir, e manter nosso espírito preso. Fazer o que queremos fazer, sem receio. Aprender pelo ato é válido. Prática é mais eficaz que teoria. A vida é uma só, as pessoas são únicas, e esse segundo jamais voltará a ser seu. Ele é do tempo, e o tempo passa.
Viver sem medo de ser feliz. Porque quando você se entrega para a vida, ela se entrega para você. Afinal, hoje é um dia único. E o amanhã... O amanhã pode não chegar.

Do que você se arrependeria?

domingo, 27 de março de 2011

Livre

Estou livre.

Hoje sim, sinto-me livre. Renovada. Parei de viver mentiras e passei a viver apenas eu. Sem receios de ser quem sou. Talvez não o que querem que eu seja, mas mesmo assim, sei que terão orgulho por ser do meu jeito.
Livrei-me de máscaras. Não preciso mais fingir interesse que me deixam desinteressada. Posso rir sem medo, chorar sem medo. Posso ser eu, sem medo.

Renasci. Para mim e para o mundo. Entrei em mim, desenvolvi e me pari. Pari a melhor parte de mim. A parte forte, revitalizada. Com defeitos, claro. Porém, sem medo. Quero arriscar, viver, lutar. Lutar pelo que acho que é certo. Lutar pelo o que acredito. Lutar pelo o que é meu. Eu sinto que é meu.
Lutar mesmo que em silêncio, momentaneamente. Lutar com paciência, com cautela. Lutar com respeito, mas não desistir de lutar.

Agora, sou apenas o que gostaria de ser.

sábado, 26 de março de 2011

Mais Ninguém

O perfeito torna-se variável aos olhos de quem vê. Variável ou simplesmente sem sentido. O perfeito nem sempre satisfaz a todos – há sempre alguém que adora um defeito.

E o mais engraçado, é que o perfeito não existe – nada nesse mundo é perfeito. Mas acredito que o perfeito para mim, existe. E eu encontrei. Porém, pela mesma ironia do destino, estou a perdê-lo.
Perdê-lo para o que? Sinceramente não sei. Nem para que, nem por quê. E talvez isso que me deixe em desespero. A dúvida.
As várias possibilidades que me assombram e não me deixam sozinha. As dúvidas que me fazem forte companhia, juntamente com a sua falta. A sua constante falta que mantém meu peito apertado, contraído, com medo de relaxar e machucá-lo ainda mais.

Busco incansavelmente por respostas dentro de mim. Quero ao menos entender. Estou tentando raciocinar e ver se enxergo toda essa infelicidade que diz existir em você.
Será que a minha companhia te afeta tanto? Porque o meu amor não pode curá-la do mal? A minha vontade de fazê-la bem é inútil? E toda a atenção que lhe dou, acreditando que tudo vai ficar bem, é vã?
Procuro por detalhes onde errei. Onde exagerei. Onde pequei. Onde?

Sinto meu peito bater apertado. E a qualquer evidência sua, ele dispara em um ritmo descontrolado. Respiro fundo e espero ouvir ‘Não sei onde estava com a cabeça. Eu te amo e te quero. Isso basta!’ mas não é isso que tenho.
E então, meu coração deixa clara a sua falta de vontade ao retornar a bater. Ele se contrai novamente, apertado, como se estivesse tentando abraçar a si mesmo na tentativa de se consolar.
Dói. Uma imensa dor de perder aquilo que sempre senti tão minha. Uma dor insuportável que se agrava nas lágrimas que caem sem pedir licença. E eu sei que um dia ele vai parar de doer, e quando isso acontecer, não quero que ele bata por mais ninguém.